Fita Magnética
Edublog de Grupo de Trabalho Discente da disciplina Estrutura de Dados II, do curso de Bacharelado de Ciência da Computação, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em 2015/1, sobre DISPOSITIVOS AUXILIARES DE ARMAZENAMENTO DE DADOS.
Introdução
O mundo moderno atual proporciona diversos meios tecnológicos para armazenamento de dados, HD, SSD, Blu-ray, etc. Em meio a toda essa tecnologia as fitas magnéticas também se destacam nos quesitos de preço e armazenamento. A pesquisa abaixo, foi feita para atender a disciplina de Estrutura de Dados II, da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e irá mostrar os principais pontos da historia das fitas magnéticas, como também as suas características e usabilidade, comparando até com os dispositivos de armazenamento utilizados atualmente.
Entendendo a história
A primeira fita foi feita por
meados de 1900 por Valdmar
Poulsen,
onde na verdade a fita não era realmente uma fita e sim um fio arame. Por mais
estranho que pareça foi assim que os primeiros meios de gravações magnéticas se
iniciaram. O aparelho ficou conhecido por “telegrafone”, alguns cuidados eram importantes
antes de manuseá-lo pois, se dobrasse o fio, perdiam-se os dados.
Telegrafone |
Depois de Poulsen muitos outros pesquisadores saíram
em busca de novos meios de gravações sensíveis a campos magnéticos, então foi
quando o engenheiro Fritz
Pfleumer mostrou
a todos em 1928 um gravador que no lugar de arame usava uma fita de papel
revestida com aço em pó, ele percebeu que não seria possível ter flexibilidade
e as propriedades magnéticas adequadas em um único material . Na época ficou
conhecido como magnetofone.
Magnetofone. |
Seis anos depois da invenção de Pfleumer, em 1934 uma empresa alemã chamada "Basf" resolveu dar uma solução definitiva ao desenvolvimento dos dispositivos de gravação magnética criando a famosa fita magnética como se conhece hoje. No lugar do arame e do papel com aço em pó, foi(é) utilizado poliéster com óxido de ferro que é um pó mais prático e fácil de se obter.
Como funciona ?
As fitas magnéticas possuem uma
camada muito fina de partículas magnéticas (como óxido de ferro ou óxido de
cromo), que armazenam as informações na forma de regiões magnetizadas. As
partículas, possuem tamanhos muito pequenos, de apenas alguns micrômetros.
Quando as partículas são colocadas em uma camada fina de plástico ou poliéster
logo definem automaticamente uma única posição. As informações são gravadas sob
forma sequencial, nessas posições na camada magnética. Após serem gravadas, as
informações podem ser recuperadas e transformadas em sinais elétricos, através
de um sensor que faz a leitura das regiões magnetizadas. Depois de ser gravada
pode-se reproduzir seu conteúdo passando a fita com uma velocidade constante em
uma cabeça de leitura (a mesma velocidade com a qual foi gravada).
Uma faca de dois gumes ?
As fitas magnéticas possuem uma grande quantidade de espaço, consegue-se armazenar muitos dados, é indiscutivelmente o método mais BARATO de guardar informações atualmente e o tempo de duração com que os dados ficam armazenados é enorme, chegando a até meio século. Para se ter uma ideia do custo por espaço de uma fita magnética observe abaixo:
Fita Magnética 72GB - R$ 24,00 | HD 500GB - R$ 313,00 | SSD 120GB - R$ 308,00
Fita Magnética 3TB - R$150,00 | HD 3TB - R$ 833,00 | SSD 1TB - R$ 2.705,76
É importante efetuar sempre essa analise de custo x beneficio quando o assunto é referente a dispositivos de armazenamento, a solução vai depender muito da situação problema, por exemplo, a fita magnética parece ser o "ser" perfeito para armazenagem de dados, só que o acesso aos dados é sequencial e demanda muito tempo para gravar os dados, logo, para uma quantidade enorme de informações (que é o motivo pela qual elas existe, armazenar enormes quantidades de dados) fica praticamente impossível recuperar um dado muito antigo, pois iria demorar muito tempo para a leitura de toda a fita, enquanto que nos SSD's por exemplo, o acesso aos dados é quase instantâneo, só que não possui uma grande quantidade de armazenamento, além do custo por espaço dele ser muito alto.
Fita Magnética 72GB - R$ 24,00 | HD 500GB - R$ 313,00 | SSD 120GB - R$ 308,00
Fita Magnética 3TB - R$150,00 | HD 3TB - R$ 833,00 | SSD 1TB - R$ 2.705,76
É importante efetuar sempre essa analise de custo x beneficio quando o assunto é referente a dispositivos de armazenamento, a solução vai depender muito da situação problema, por exemplo, a fita magnética parece ser o "ser" perfeito para armazenagem de dados, só que o acesso aos dados é sequencial e demanda muito tempo para gravar os dados, logo, para uma quantidade enorme de informações (que é o motivo pela qual elas existe, armazenar enormes quantidades de dados) fica praticamente impossível recuperar um dado muito antigo, pois iria demorar muito tempo para a leitura de toda a fita, enquanto que nos SSD's por exemplo, o acesso aos dados é quase instantâneo, só que não possui uma grande quantidade de armazenamento, além do custo por espaço dele ser muito alto.
Capacidade de armazenamento
A capacidade de armazenamento das
fitas varia bastante(como qualquer outro dispositivo de armazenamento externo)
devido aos seus vários modelos. Por exemplo, elas podem variar de 400 MB até
220TB(a mais recente).
Abaixo, temos o exemplo de algumas fitas:
- A tecnologia DLT (Digital
Linear Tape), com capacidade de 20 GB até 80 GB.
- Travan, com capacidade de 400 MB
até 20 GB
- VXA, com capacidade de 24 GB até
160 GB (AED)
- UCX
90, com capacidade de até 185 TB (Sony)
- IBM e Fujifilm, com capacidade de armazenar 220
TB.
Para
fazer uma comparação, os hd’s atuais não chegam nem perto da
atual capacidade das fitas magnéticas, exceto pela IBM ter feito “um” hd com capacidade de armazenar até
120 Petabytes, mas, é feito de um aglomerado de hd’s
e não um único hd.
Usabilidade
A fita magnética em si, foi criada
para poder armazenar qualquer tipo de dado, seja esse texto, imagem, áudio e/ou
vídeo. Ela tornou-se popular antigamente
devido a capacidade de armazenamento de áudio (esse que podia ser digital, em
forma 0’s ou 1’s onde se recebiam pulsos elétricos que posteriormente eram
convertidos em áudio, e podia ser analógico, no qual gravava o som ambiente
através de um receptor, com ruído e tudo) e também devido a sua capacidade de
armazenamento de vídeo. Isso vale para antigamente.
UCX 90, com capacidade de até 185 TB (Sony, 2014) |
Hoje em dia o assunto é diferente,
ela geralmente é usada por empresas de grande porte tais como IBM, Google, Sony
para armazenar grandes backup’s que essas empresas fazem de tempos
em tempos, devido ao tamanho que elas podem armazenar, ao tempo que os dados
duram na fita e a não necessidade de procurar por entre esses dados o tempo todo.
Contribuição para o avanço da tecnologia
Muitos podem pensar que a fita está fadada a morte com as tecnologias atuais, mas isso é um erro. Como foi citado, empresas de grande porte ainda investem na tecnologia por armazenamento magnético que inclusive se a fita não fosse inventada não teríamos HD's e SSD's como temos hoje. Do mesmo modo que os pesquisadores não param, a tecnologia não parou de crescer, desde os seus primórdios a fita desafiava os estudiosos a acharem soluções de armazenamento e recuperação de dados mais rapidamente, a partir dai foram apresentadas outras soluções como a tecnologia de armazenamento óptico.
A fita também estimulou o estudo no avanço de dados digitais, criando algumas tecnologias para armazenamento como o DAT (sigla para Digital Audio Tape ou "Fita de Áudio Digital", em inglês) e o DDS (sigla para Digital Data Storage ou "Armazenamento de Dados Digitais", em inglês), conforme os anos se passavam, essas tecnologias iam evoluindo e o tamanho digital das fitas iam /continuam crescendo.
É claro que as tecnologias de armazenamento existentes dão conta consumismo desenfreado por dados que os usuários proporcionam, mas, em um futuro próximo isso talvez não seja mais possível e ao invés de utilizar tecnologias como magnetismo ou óptica para armazenamento de dados, tenha-se que subir mais um nível na camada de abstração, deixando então, espaços para novos pesquisadores descobrirem novos meios.
É claro que as tecnologias de armazenamento existentes dão conta consumismo desenfreado por dados que os usuários proporcionam, mas, em um futuro próximo isso talvez não seja mais possível e ao invés de utilizar tecnologias como magnetismo ou óptica para armazenamento de dados, tenha-se que subir mais um nível na camada de abstração, deixando então, espaços para novos pesquisadores descobrirem novos meios.
Referências
ALVES, Paulo. Sony cria fita magnética de 185TB, maior capacidade de armazenamento do mundo. Disponível em: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/05/sony-cria-fita-magnetica-de-185-tb-maior-capacidade-de-armazenamento-do-mundo.html. Acesso em: 20 de set de 2015.
TEXEIRA, Raquel. Dispositivos de Armazenamento - Fitas Magnéticas. Disponível em: http://multimedia12c22.blogspot.com.br/2011/01/fitas-magneticas.html. Acesso em: 20 de set de 2015.
SUPER INTERESSANTE, REDAÇÃO SUPER. A velha fita ainda tem magnetismo. Disponível em: http://super.abril.com.br/tecnologia/a-velha-fita-ainda-tem-magnetismo. Acesso em: 22 de set de 2015.
SILVA, Domiciano Correa Marques Da. "Fitas magnéticas"; Brasil Escola. Disponível em: http://www.brasilescola.com/fisica/fitas-magneticas.htm. Acesso em 22 de nov de 2015.
HARADA, Eduardo. IBM e Fujifilm criam tecnologia capaz de armazenar 220TB em fita magnética. Disponível em: http://www.tecmundo.com.br/armazenamento/78632-ibm-fujifilm-criam-tecnologia-capaz-armazenar-220-tb-fita-magnetica.htm. Acesso em 22 de nov de 2015.
KABUM. HD WD SATA3 500.0GB. Disponível em: http://www.kabum.com.br/produto/19260/hd-wd-sata3-500-0gb-7200rpm-caviar-blue-6gb-s-wd5000aakx-. Acesso em 22 de nov de 2015.
KABUM. HD Seagate 3TB SATA3. Disponível em: http://www.kabum.com.br/produto/30142/hd-seagate-3tb-sata-iii-7200rpm-st3000dm001. Acesso em 22 de nov de 2015.
KABUM. SSD. Disponível em: http://www.kabum.com.br/hardware/ssd-2-5/ssd-2-5/120-0-gb. Acesso em 22 de nov de 2015.
BUSCAPÉ. Fita para Backup. Disponível em: http://www.buscape.com.br/fita-para-backup.html. Acesso em 22 de nov de 2015.
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ResponderExcluirFoi mencionado que as fitas magnéticas possuem uma grande capacidade de armazenamento, são baratas e que duram muito tempo, porém apresentam acesso sequencial e demoram muito tempo para gravação dos dados. Também foi dito que grandes empresas como IBM, Google e Sony a utilizam para armazenamento de backup. Baseado nessas informações, fazemos as seguintes perguntas: Apesar de ser uma tecnologia antiga, ainda vale a pena utilizá-las mesmo que seja apenas no armazenamento de backup's? Passado tanto tempo, ela ainda é a melhor opção para isso? Atualmente, existe alguma outra usabilidade em que é conveniente utilizá-las?
ResponderExcluirRealmente Victor! São questões para se pensar. Eu acredito que elas ainda sejam a opção ideal para se utilizar, até porque é a mais barata e as empresas hoje em dia visam o lucro. Não fará muito sentindo (do ponto de vista de empresa) gastar rios de dinheiro com aglomerados de HD's, SSD's ou Servidores para utilizar somente uma vez ou outra. Agora se existe outra usabilidade atualmente para as fitas acho dificil, como a matéria diz elas são antigas, usam "tecnologia" defasada. Talvez em futuro achemos novamente alguma usabilidade para elas além do backup
ExcluirMuito legal sabe que as fitas magnéticas ainda são usadas hoje em dia. Eu realmente não fazia ideia que ela ainda tem uso adequado para certas situações. Faz muito sentido que empresas grandes como, por exemplo, Google, use-as para fazer backup de seus servidores. Como não é algo para se "pesquisar", e sim "guardar", o uso delas é bem conveniente.
ResponderExcluirOlá ,interessante saber que ainda são usadas pra backup, a dúvida que tenho é se ela não é rápida para leitura esse "backup" deve ser formado por coisas de relevância pequena ou nula. Complementando o que Joaquim disse deve ser apenas uma forma de "guardar" pois como essas empresas usam dados para popular seu big date e seus algorítimos para revirar nossa vida algo que velocidade de leitura pequena não faz muito sentido.
ResponderExcluirExatamente Elias! Concordo com seu ponto de vista. Não faria muito sentido sair guardado todo tipo de dado da empresa, pois caso elas precisassem desses dados depois o tempo de acesso a eles seria torturante.
ExcluirGostei muito de conhecer mais sobre fitas magnéticas, mas enquanto lia surgiu a dúvida de saber quais problemas enfrentamos ao usá-las (além do acesso dos dados serem sequenciais)?
ResponderExcluirFora o acesso sequencial aos dados, Jusley, existe também o problema da conservação. A pesquisa cita que elas podem durar séculos (e realmente duram), mas, caso aconteça algum amassado no papel magnético ou até mesmo arranhão os dados daquela sessão são perdidos (muito provavelmente os dados daquela sessão e todo o resto depois dela serão). Tem-se que ter um cuidado extra com elas ao guarda-las.
ExcluirAchei muito interessante a pesquisa. Sobre a fita, por ser um meio de fácil armazenamento e de custo baixo deveria ser mais difundido o seu uso, não se restringindo somente a grandes empresas, mas também a empresas de pequeno e médio porte, já que informações são sempre úteis.
ResponderExcluirMas é isso mesmo Sylvio! Apesar da pesquisa ter citado somente gigantes da tecnologia, nada impede que uma empresa de médio porte, ou pequeno, ou até mesmo startups utilizem essa tecnologia. Por ser de fácil acesso e acima de tudo barata, acredito que muitos utilizam as fitas.
ExcluirA fita gera sinais elétricos mas sabemos que o sinal analógico é contínuo. Como as fitas foram popularizadas pelas gravações de musica e estas eram tocadas em radio também analógicos existia alguma desvantagem ou deficiência na época em que foi criada na questão da consistência dos dados quando os mesmo fossem digitalizados (se é que era possivel fazer isso)?
ExcluirMuito bom o post, sinceramente eu não sabia da história e a capacidade das fitas magnéticas, sua evolução começar por um fio arme, depois papel com aço em pó até a fita magnética propriamente dita. É fantástico o quanto as fitas conseguem armazenar não imaginava que vencia os HDs nesse quesito é uma pena que seu acesso é sequencial :/ .
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ResponderExcluirInteressante ver que ainda há empresas que investem pesado na tecnologia de armazenamento em fitas cassetes.
ResponderExcluirParece que vem dando certo. A IBM e Fujifilm vem demonstrando isso. Recentemente as empresas foram capazes de criar uma fita que consegue armazenar até 220 TB de dados. Um dispositivo que cabe na palma da mão.
Esse modo de armazenamento tem um custo mais barato para guardar dados. Embora seja bem mais lento que outros dispositivos de armazenamento como o HD e o SSD. O provável é que as fitas cassetes não voltarão a reinar como formato para guardamos séries, filmes ou jogos. Mas o método pode ser ideal para conservar arquivos por longos períodos de tempo e que não são usados com muita frequência. A capacidade de armazenamento desses produtos dobra a cada dois anos, situação que deve se manter na próxima década.
É legal ver que essa tecnologia continua viva, logo muitos já consideravam como "morta" e esquecida.
Ótima pesquisa, meus parabéns!
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